Inquietações Pedagógicas

"Não sei, meus filhos, que mundo será o vosso…"  Jorge de Sena in Metamorfoses

27.8.05
 
Os números da nossa vergonha
Mais uma vez esta semana (23/8) o Público trazia, com chamada à primeira página, um artigo de Isabel Leiria, que mostrava a estagnação das taxas de retenção e escolarização nos últimos anos. Baseava-se em estatísticas entre 1994/5 e 2002/3. No ensino básico estas taxas andaram, com algumas flutuações pequenas, na casa dos 13%. Esses valores já muito maus, pioram muito quando se considera o caso do ensino secundário onde atingiram 39,4 por cento em 2001.
As taxas de escolarização eram em 2002/3 de 87,3 no básico, 2º ciclo; 87,2 no 3º ciclo, 59,5 no secundário e 28,3 no superior.
Estes números são intoleráveis e traduzem a incapacidade da escola se organizar de modo a que todos aprendam, e sejam apoiados quando encontram dificuldades. Esta tem de passar a ser a missão principal da escola. A missão de fazer com que todos aprendam e não a missão de verificar se sabem e excluir. É preciso exigir mais trabalho aos alunos, mas é também preciso maior acompanhamento àqueles que têm a tentação de ficar pelo caminho e que pensam que ...se .afinal aos pais e avós também sucedeu o mesmo é porque é normal que assim seja.....
Estas estatísticas só são possíveis em virtude da indiferença e passividade com que assistimos à acumulação de insucessos, de fogos florestais de fuga ao fisco sem que nada de eficaz se faça para resolver os problemas do país.
Quais são os procedimentos usados para atrair para a escola os alunos que abandonam? Que motivos conduzem a escola a abandonar um número tão elevado de alunos do secundário pelo caminho? Que alternativas de formação existem ?

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