Inquietações Pedagógicas

"Não sei, meus filhos, que mundo será o vosso…"  Jorge de Sena in Metamorfoses

25.11.05
 
Ainda o Prós e Contras
Tal como a Mª Emília também senti a mesma falta de substância e de realidade no último debate sobre educação...Apesar de todos concordarem que o centro da educação era a escola (eu sempre pensei que era o aluno, mas, claro, isso depende da perspectiva em que nos colocamos...) só se falou de problemas de professores: as aulas de substituição, os concursos, as novas regras para os horários dos professores, as negociações com os sindicatos, etc. E tudo de modo excessivamente abstracto, sem nenhum exemplo concreto das tais actividades de substituição, da maneira como se deseja que a escola seja mais responsável pela aprendizagem dos seus alunos, do acompanhamento que é preciso fazer do percurso escolar de cada um. Talvez também aquela ideia de ter chamado para o debate uma professora aposentada e um ex-ministro que deixou ao abandono as escolas tenha contribuído ainda mais para a sensação de que nunca se fala do que realmente é importante em educação, ou seja, como garantir a cada criança ou jovem as melhores condições de aprendizagem, de como fazer das escolas instituições abertas, com capacidade de reflectirem sobre o seu próprio desempenho, com práticas de prestação de contas que rompam com o isolamento a que as políticas erráticas de educação as têm relegado. E, convenhamos, que a autonomia não pode ser aquele "manto diáfano da fantasia". Enfim, tantas coisas que valia a pena debater...

Teresa Gaspar

Comments:
Também senti que o debate ficou aquém e parece-me que isso favorece e bem as más políticas de educação. Dói muito a nós professores sermos mal entendidos nas nossas reivindicações e nem os sindicatos sabem da missa a metade porque também não nos vêem senão como matéria-prima da sua obra com pouca arte. Ficou tudo por dizer.
Se combater o insucesso é o objectivo coemcem pelo pão, pois casa onde não há pão... e o pão vai faltando tanto a alunos como a professores!!!
 
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
 
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
 
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
 
(Apaguei os anteriores comentários, porque neles havia gralhas de digitalização- espero que agora fique tudo certo):

Esperavam, porventura, que a RTP que todos pagamos quisesse debater a fundo as questões? Com uma ministra no activo, um ex-minis-
tro, um pedagogo, que tentou dizer umas verdades e uma professora aposentada que, por sinal, sou eu? E, sobretudo, com uma jornalista im-preparada - pobre dela que tem à força de ser especialista de cultura geral...e que só queria mesmo ficar-se pelas questões marginais, cortando a seu belo prazer a palavra - creio não o ter feito à ministra nem aos sindica
tos, nem ao representante da Confap
...

Agora e no que me diz respeito: é culpa ser aposentado? Um professor a sério, mesmo nessa condição, deixa de ser professor válido ,- e passa a ser um professor tontinho, sem ideias – deixando de estar preocupado com o estado da educação e o futuro das novas gerações? Não me reconheço nessa imagem e espero que um dia também a colega Teresa Gaspar ,suponho que ainda no activo pelo seu modo de falar, também não.
Não fui lá por gosto - mas porque convidada pela referida jornalista - independente de sindicatos, de Confap's (sempre tentei educar do melhor modo que sabia os filhos dos outros),de partidos políticos - só me representei a mim mesma - portanto, ninguém deve sentir-se incomodado.
Fui com gosto e muita alegria professora - do secundário - e continuo e continuarei a sê-lo, porque sempre me quis e quero
«indisciplinadora de almas»...É crime?
Fiquei magoada por se referir a mim do modo que o fez - como que desclassificando-me por ser aposentada - não propriamente pelo que lá disse, que não lhe mereceu nem deixou de merecer reparo ou louvor(nem tinha que haver lugar a uma coisa ou outra).
Se a entendi mal, peço desculpa, mas fiquei, de facto, magoada. É o termo. De resto nada tenho a opor. Uma professora aposentada, se calhar deixou de lhe interessar simplesmente -ou de merecer o seu respeito. Tenho pena. Um dia chegará a sua vez.E espero que ouvi-la e lê-la seja sempre algo que nos acrescente a todos.
Creio que não terá sido intencional, mas que foi infeliz , isso sim. Por mim, indo ao programa, nada tinha a ganhar…ou a perder. Interessou-me, sim, e interessa-me, o respeito e carinho daqueles que ajudei, durante 36 anos e meio, a ser gente lúcida, capaz de entender o mundo e de se entender a si mesmo. E esse não me tem faltado nunca.
Por isso É BOM SER PROFESSOR – mesmo que agora eu não dê aulas já.

Eu não me demito de pensar. E espero ter saúde para que tal continue essa a ser a minha condição - de ser pensante e livre.
 
Enviar um comentário

<< Home