Inquietações Pedagógicas

"Não sei, meus filhos, que mundo será o vosso…"  Jorge de Sena in Metamorfoses

16.4.06
 
Contra o retrocesso
Dinamizar uma campanha para acabar - já! - com a violência contra as crianças (no cumprimento da da ONU) é a sugestão que um Anónimo (mas porquê anónimo ? Não seria mais interessante identificar-se ?) faz às Inquietacoes Pedagógicas.

Que acham ? Como começar ? (Melhor : como continuar - visto que já dedicámos por duas vezes a nossa dupla página no Jornal de Letras a esse tema)

Entretanto (ia escrever "entrementes" mas receio abusar dos vossos olhos modernaços) seguem mais algumas informações legais e factuais sobre a situação em Portugal :

Portugal surge, em vários documentos do Conselho da Europa e das Nações Unidas, como um país que, não tendo legislação específica que proiba expressamente os castigos corporais, apresentou, no entanto, jurisprudência nesse sentido (uma decisão do Supremo - sim, sim, este Supremo Tribunal de Justiça que agora produz este acórdão - de 1994, interpretando o art. 143 do Código Criminal como proibindo o uso de qualquer forma de violência física contra crianças, susceptível de constituir uma ameaça à sua integridade física, dignidade pessoal ou ao seu desenvolvimento físico ou psicológico (ver "Ending legalised violence against children, Report for Europe and Central Asia Regional Consultation -the UN Secretary General Study on Violence against Children, 2005, p. 11).

Que tal ? Podemos ou não falar de retrocesso ? Uma via possível para esta campanha e para evitar estes retrocessos seria a produção de legislação interna que regulamentasse as normas internacionais assinadas por Portugal sobre esta matéria.

De novo : I shall return !

Maria Emília Brederode Santos

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Comments:
Força
 
Creio que era Camus que dizia que, se conseguíssemos convencer 3 pessoas e cada uma dessas 3 outras , a coisa iria andando.
Eu sou franco: eu nunca me calo, nunca deixo passar comentários em branco, farto-me de escrever sobre o assunto no meu blog, já me ofereci para elaborar e/ou traduzir panfletos, bem como para dar testemunho da minha experiência. Só que, que eu saiba, não consegui ainda convencer ninguém, de tal maneira está implantado em todos os estratos sociais e profissionais que "ora, umas palmadas não fazem mal nenhum". Sim, até psicólogos escolares, todos me olham como se eu fosse um extraterrestre.
Portanto, que fazer? Não sei, tristemente o confesso.
Tenho 48 anos e lembro-me de, em miúdo, ouvir defender que, se um homem não batesse na mulher, esta não só deixava de o amar como até lhe perdia o respeito. A minha esperança é que, daqui a 40 anos, se veja que bater em crianças é uma barbaridade, como agora se vê o mesmo em relação às mulheres.
 
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