Inquietações Pedagógicas

"Não sei, meus filhos, que mundo será o vosso…"  Jorge de Sena in Metamorfoses

2.7.06
 
Futebol e Educação
Futebol e Educação

Até mesmo um blog dedicado à educação não pode deixar passar esta vitória da selecção portuguesa sem a saudar.

Não vejo os desafios de futebol e não me sinto qualificada para escrever sobre o assunto, mas atrevo-me a deixar três notas (perdoem-me os entendidos!):

1-Tenho pena que os portugueses não se entusiasmem, do mesmo modo que o fazem com o futebol, por outras causas tão decisivas para o futuro do país e para eles próprios, como a educação.

2-Não vejo os desafios do mundial, mas sigo os noticiários e as conferências de imprensa e admiro como a educação ao longo da vida tem permitido à maioria dos jogadores desenvolver a capacidade de se exprimirem e lidarem com os media.

3- Ouvimos muitas vezes jovens afirmarem a inutilidade da escola evocando o exemplo de jogadores de futebol que não teriam ido longe na sua escolaridade.
Seria bom que estes jogadores, hoje ídolos da juventude e do país inteiro, abraçassem a causa do desenvolvimento educativo dos portugueses e explicassem o muito que tiveram de trabalhar/aprender para serem capazes de falar e jogar como o fazem e que mostrassem a importância do trabalho e da solidariedade. De igual modo seria desejável que, com o conhecimento que têm de outros países, explicassem aos jovens como, nos contextos e países onde a maioria deles joga, a educação da população foi essencial ao desenvolvimento.
Estou certa que por exemplo Luís Figo, que apoiou uma campanha a favor da aprendizagem do português em França, a convite do Presidente Sampaio, o faria também para a educação.

Ana Maria Bettencourt

Comments:
E pode-se pensar no futebol como metáfora para a educação. Não se festeja a capacidade do país para jogar futebol, mas a capacidade de um pequeno grupo de grandes profissionais que se entreguem a sua profissão (ainda que mais bem-pago que estes outros profissionais, os professores...).
Não se festeja o ranking do país, mas o ranking de uma equipa bem treinada e bem acompanhada.
E já agora. A especificidade da profissão do guarda-redes exige um treinador especial, conhecedor do trabalho de guarda-redes. Viu-se que dá resultado...
Porque não admitir que a especificidade da monodocência, que parece ser uma chave importante para bons resultados no ensino básico nesta Europa fora (ver PISA, Eurydice) exige treinadores especiais, conhecedores da monodocência para "treinar" professores especialistas para a monodocência?
 
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