Inquietações Pedagógicas

"Não sei, meus filhos, que mundo será o vosso…"  Jorge de Sena in Metamorfoses

21.7.06
 
A propósito dos exames
Estive ontem a ver na televisão o debate no Parlamento com a ministra da Educação sobre os exames. O argumento principal da ministra é que a possibilidade dada aos alunos de repetirem os exames de Física e de Química visa colocar em pé de igualdade os alunos que pela primeira vez tiveram contacto com a matriz dos testes nestas disciplinas com aqueles que realizariam o exame na 2ª fase e como tal beneficiavam do conhecimento do tipo de prova que saiu na 1ª fase...Curta justificação esta que parece fazer dos testes da 1ª fase as provas modelo que o ministério não facultou durante o ano aos alunos e professores!
Entendo que os exames são importantes instrumentos de aferição dos processos de ensino-aprendizagem. Nessa medida, a construção dos testes não pode ser um exercício teórico e cego das orientações prescritas nos programas sem qualquer ligação com as práticas pedagógicas, com o currículo efectivamente aplicado, ainda mais quando as escolas e os professores dão os primeiros passos na aplicação de novas orientações curriculares que não foram testadas, não foram objecto de acompanhamento nem de formação.
Para além dos exames de 12º ano, cujo dramatismo é bem patente por comprometer o prosseguimento de estudos de muitos milhares de alunos, a mesma questão se coloca nos exames de 9º ano, particularmente na prova de Matemática. Construída exclusivamente na lógica da aplicação do raciocínio matemático à resolução de problemas e sabendo nós que as práticas de ensino nesta disciplina são ainda muito centradas na aquisição das estruturas operativas essenciais, a prova exige um nível de conhecimentos e de capacidade de raciocínio que pouco tem a ver com as aprendizagens realizadas pelos alunos.
Penso que esta desadequação entre os testes e as práticas pedagógicas é profundamente negativa, em primeiro lugar para os alunos que sofrem sucessivas experiências de insucesso, mas também para os professores cuja competência profissional é posta em causa pelos sistemáticos maus resultados. Mas é sobretudo um sinal da doença de que enferma a nossa atribulada política curricular!

Teresa Gaspar

Comments:
Estou de acordo com o que diz quanto aos exames do 9ºano , quanto aos outros não sei. O resultado tão negativo em parte explica-se pelo desfasamento que há entre as várias avaliações a que o aluno é sujeito pela escola e fora. Não se está a avaliar o mesmo. Mas uma das conclusões dos professores sobre os resultados dos exames, até publicado pelo Gave, foi a dificuldade dos em resolver esse tipo de problemas. Ou essas conclusões não servem para alterar o tipo de exames ou os alunos têm que forçosa e rapidamente adquirir essa competência.
 
"Construída exclusivamente na lógica da aplicação do raciocínio matemático à resolução de problemas e sabendo nós que as práticas de ensino nesta disciplina são ainda muito centradas na aquisição das estruturas operativas essenciais, a prova exige um nível de conhecimentos e de capacidade de raciocínio que pouco tem a ver com as aprendizagens realizadas pelos alunos".
Quer "às práticas centradas ..."quer à exigência de uma maturidade de raciocínio que os alunos destas idades, na sua maioria, ainda não possuem. Lena
 
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