Inquietações Pedagógicas

"Não sei, meus filhos, que mundo será o vosso…"  Jorge de Sena in Metamorfoses

7.4.08
 

Ainda a pedagogia

Parabéns à Maria Emília Brederode Santos pela excelente análise, que ajuda a pensar as questões de que tanto se fala. O post contribui para qualificar o debate, objectivo essencial deste blog.
Gostaria de reforçar a ideia de que a terceira categoria de problemas que refere, deve ser resolvida pela escola e na escola (com a colaboração de pais, equipas multidisciplinares, etc). É isso que acontece em muitos estabelecimentos de ensino dos quais infelizmente não se fala, porque as coisas correm aí bem e “não há história digna de aparecer na Comunicação Social”..... Tem-se baralhado tudo, porque muitas das pessoas que têm participado activamente no debate, lá no fundo consideram que muitas das incivilidades devem ser resolvidas pelas autoridades policiais ou pela justiça, ou então não querem reconhecer que desta vez, se não for por esse caminho, não têm uma solução fácil a apontar.

Eu também não conheço a receita para situações que são de grande compexidade, mas sei que são as escolas e os professores que têm a capacidade de prevenir e encontrar soluções para resolver os problemas de indisciplina. Por isso, pensar que a polícia há-se ir dentro da escola resolver esses problemas, é passar um atestado de incompetência aos professores e às escolas....é ignorar o trabalho que um grande número de escolas e professores realizam.
Ana Maria Bettencourt

Comments:
"os professores que têm a capacidade de prevenir e encontrar soluções"

Isto é mais um desejo que uma realidade, infelizmente.

Não somos mágicos, nem a realidade das escolas é um filme de Hollywood, sempre com um happy-ending.

Com este governo que pôs os pais (a maioria) contra os professores ou simplesmente a desconfiar (todos os pais) deles, a tarefa tornou-se impossível. Sim, impossível, por mais optimistas que queiramos ser.

Finalmente, para complicar até ao insuportável tudo isto: a maior parte das vezes temos que escolher entre proteger o agressor ou proteger a vítima. Na minha escola tem-se optado por proteger o agressor;
(este fascínio aqui em Portugal pelos agressores, pelos que têm voz grossa, é algo que me horroriza)
e os resultados de ano para ano têm vindo a ser cada vez mais catastróficos, porque estes alunos percebem que podem desobedecer, insultar, perseguir, bater, roubar, ferir, ameaçar de morte, etc, ficando sempre impunes. Enquanto as suas vítimas, alunos e professores, têm de viver diariamente no terror.
 
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