Inquietações Pedagógicas

"Não sei, meus filhos, que mundo será o vosso…"  Jorge de Sena in Metamorfoses

3.12.08
 

Conferência Internacional de Educação
Decorreu em Genève, na semana passada, o maior encontro mundial de educação, promovido pela UNESCO, dedicado ao tema "A educação para a inclusão: a via do futuro" .
Esteve patente em toda a conferência o receio de que a crise financeira mundial possa vir a afectar o investimento na educação. Nas conclusões insiste-se para que seja concedida a mais alta prioridade ao financiamento neste sector.
A educação é hoje em quase todo o mundo encarada como um Direito Humano fundamental e como alavanca da democracia e do desenvolvimento
Na 4ª parte das conclusões-relativa aos professores e alunos- diz-se no ponto 16 que se deve reforçar o papel dos professores através de um esforço para melhorar o seu estatuto e as suas condições de trabalho, e da criação de mecanismos permitindo o recrutamento de candidatos válidos, e a fixação dos professores qualificados abertos às diferentes exigências em matéria de aprendizagem.
No ponto 17 relativo à formação de professores defende-se o desenvolvimento de competências e materiais apropriados para ensinar a grupos de alunos diferentes e para responder às diferentes necessidades de aprendizagem dos alunos ...
Debateu-se muito a necessidade de encarar a diversidade como um desafio.
Durante a Conferência insistiu-se sobre as ideias i) de aliar qualidade na educação e equidade .
ii) de que o acesso generalizado à educação implica uma mudança de paradigma.
Considerou-se que a educação hoje deve ser orientada para as aprendizagens efectivamente realizadas e para os resultados, como estratégias decisivas para a inclusão.
Um número esteve na boca de numerosos participantes: os 75 milhões de crianças que não têm acesso à escola. O objectivo da Educação para Todos 2015, não parece poder vir a ser uma realidade. Prevê-se que nesse ano ainda existam cerca de 25 milhões de crianças fora da escola.
Ana Maria Bettencourt

Comments:
Quem se dispõe a blogar sabe que está a expor-se. Mas fá-lo, porque entende que há informação que deve ser divulgada ou pontos de vista que devem ser conhecidos/partilhados (a blogosfera é um lugar de partilha). E se admite comentários, é porque deseja obter feedback sobre os factos ou opiniões que publica. Logo, não se entende por que razão "posts" anteriores deixaram de poder ser comentados e muito menos por que foram eliminados comentários a outros "posts". É verdade que os bogers, geralmente conhecidos, como é o caso dos destas "Inquietações", estão em desvantagem em relação aos seus
potenciais interlocutores, em geral desconhecidos. Mas esse é o risco que se presume assumido, pelo que não deve haver receio de polémica. É na interacção que se gera conhecimento e a diversidade é a riqueza do mundo. O unanimismo é cinzento, monocórdico, redutor. E neste momento em que a classe docente está particularmente inquieta, o "Inquietações" só pode fazer jus ao seu nome aceitando a diversidade de opinião.
Quero dizer ainda que, enquanto professora (agora aposentada, mas sempre inquietada)
frequento este blog mais ou menos desde o seu lançamento, o que me tem permitido aceder a informações interessantes, nomeadamente a recente reportagem da viagem à Finlândia.
 
Curiosidades pré-greve, ou pró-greve?

Estatuto da Carreira Docente– Decreto-Lei 15/2007 (15 de Janeiro)
2—A carreira docente desenvolve-se pelas categorias
hierarquizadas de:
a) Professor;
b) Professor titular.
3—À categoria de professor titular, além das funções
de professor, correspondem funções diferenciadas
pela sua natureza, âmbito e grau de responsabilidade.

Estatuto carreira docente, artigo 34
2—São avaliadores:
a) O coordenador do conselho de docentes ou do
departamento curricular ou os professores titulares
que por ele forem designados quando o número de
docentes a avaliar o justifique;

Curiosidades: Não há memória de os professores se terem recusado a candidatarem-se à categoria de professores titulares. ( vide regalias...)

Mas não deixo de me interrogar: Os dirigentes sindicais – em condições legais para o fazerem – candidataram-se ou não?
Tenho cá uma fesada que muitos dos que andam aí pelas arruaças, e a mobilizar criancinhas, as quais descartam, tranquilamente, na primeira oportunidade, são os mesmos que correram para apanhar essa titularidade...
é que não há outros...
MFerrer
 
Uma coisa é a polémica outra coisa é o insulto que começou a aparecer neste blog.
Também sou frequentador e lamento que seja retirada a hipótese de debate, mas compreendo.
J
 
Quero começar por pedir à Drª Ana Maria Bettencourt que me desculpe por "invadir" a sua caixa de correio mas, como de alguma forma estou envolvido na situação de anulação de comentários, espero que me seja permitido o direito de resposta.
Para começar por dizer que o que não é sério é insinuar que a censura feita a comentários, que levou a que algumas entradas deixassem de poder ser comentadas, tenha alguma coisa a ver com insultos.
A menos que um pedido de informação sobre quando e onde foi algum professor coagido fisicamente por colegas, pelo facto de se manifestar a favor da avaliação, possa ser considerado um insulto à Drª Armandina Soares, que fez essa afirmação em directo na RTP1 e escreveu neste blogue um post, em que fica a sensação que liga algumas arruaças de jovens alunos, com a justa luta dos professores contra o ministério da Educação.
Bem sei que este é um espaço de militância socialista na área da Educação. Mas também sei que é um lugar da web de acesso público e onde, pensava eu, qualquer professor pudesse participar.
Também edito um blogue, no qual expresso os meus pontos de vista sobre a educação em geral e as políticas públicas de educação em particular.
Tenho consciência de que haverá muita gente (ligada ou não à educação) que discorda do que escrevo. O espaço de comentários não tem censura prévia e apenas à posteriori há um controle da linguagem utilizada.
Desde que não haja insultos nem linguagem ofensiva, toda a gente pode lá escrever, mesmo quando sou atacado pessoal e politicamente.
Mas talvez isso seja porque tenho da democracia e da liberdade de expressão um conceito que não se compadece com visões únicas da verdade.
Agradeço mais uma vez a possibilidade de me ser dado o direito de resposta, garantindo desde já que não voltarei a comentar mais nenhuma entrada deste blogue, embora considere que algumas das preocupações que aqui são enunciadas a propósito da escola e da educação são coincidentes com os meus pontos de vista.
Cumprimentos
Francisco Santos, professor titular, autor do blogue (re)flexões http://fjsantos.wordpress.com
 
Será que ninguém falou referiu na Conferência que este modelo de Avaliação e a criação de professores titulares só encontra semelhanças no Chile e lá, tal como cá, os professores se encontram de luto e em luto, tendo já agredido a Ministra da Educação.
Algúem quererá tomar o seu lugar?
http://profindignada.wordpress.com/
 
Sou professor, não voto PS!
 


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