Inquietações Pedagógicas

"Não sei, meus filhos, que mundo será o vosso…"  Jorge de Sena in Metamorfoses

30.1.09
 
Être Arabe
Comecei a ler um livro que me foi dado por uma grande amiga minha, católica, que viveu muitos anos em Paris, e depois, na Síria, com um companheiro Sírio. O livro intitula-se "Être Arabe" e é escrito por Farouk Mardam-Bey eElias Sanbar.
Conta-me essa amiga que foi felicíssima, que adorou viver na Síria, que a família do marido, muçulmana, a tratou sempre como uma deles e que se sentiu em "casa".
O livro refere na sua introdução:
"Être Arabe? (...) Il faut entendre dans ce verbe 'être' une présence au monde, l'expérience quotidienne, individuelle et collective, d'un certain nombre de traits communs et distinctifs (...) il y a plusieurs façons d'être arabe, parce que les manières de vivre sette identité se transforment et se renouvellent, notament en fonction du lieu et de l'époque traversée (...)".
Voltarei ao livro neste blogue. Mas, para já, quero dizer que o nosso grande problema - incluindo pessoas e entidades com enormes responsabilidades no diálogo entre culturas e entre religiões - é a imensa ignorância que temos sobre a cultura árabe, na sua multiplicidade, complexidade, contradições, dilemas... tal como a nossa. Pela minha parte, enquanto educadora e formadora de professores, penso que temos que trabalhar estas questões a fundo, à medida que educamos as novas gerações.
Creio que o nosso GRANDE problema é a profunda ignorância que temos uns dos outros.
Quando nos iremos realmente CONHECER? Não será esse o grande desafio dos novos tempos de globalização que nos falam em "mestiçagem" e em possibilidades e limites da interculturalidade?
Dizia-nos Arjun Appadurai há uns meses na Gulbenkian:
"Quem é o Outro hoje?" O que é ser verdadeiramente "cosmopolita" em temposde globalização?

Teresa Vasconcelos

Comments:
Teresa, concordo com você. Também sou educadora, dou aulas de danças foclóricas árabes para adultos e crianças em São Paulo. Sinto constantemente, pelas perguntas e comentários feitos em sala, o quanto precisamos percorrer para que esta cultura seja mais conhecida e menos deturpada.
É muito importante saber que não estamos sozinhos nesta caminhada!
Convido você e seus leitores para trocarem idéias sobre a culturaárabe no meu blog: www.marciadib.blogspot.com
Um abraço,
Marcia Dib
 
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