Inquietações Pedagógicas

"Não sei, meus filhos, que mundo será o vosso…"  Jorge de Sena in Metamorfoses

28.10.05
 
Um dia Pina perguntou
Também no dia 25 de Julho mas à noite participei num outro debate interessantíssimo. A proposta veio de Ana Galvão Lucas e da sua equipa, do projecto Escola Criativa da Câmara Municipal de Cascais e do Serviço Cultural e Educativo da Fundação D. Luis I - Centro Cultural de Cascais : partir dum documentário sobre Pina Bausch para uma reflexão sobre o saber ouvir(-se) e sobre Educação. Vasco Wellenkamp e Cláudia Galhós pela dança, David Rodrigues e eu pela educação e um público animadíssimo.

O documentário chamava-se "Um dia Pina perguntou" e é sobre as respostas dos bailarinos - suscitadas pelas "verdadeiras perguntas" de Pina - que ela vai construindo a sua dança/teatro. Por isso a minha reflexão andou à volta da "arte das perguntas" no professor, no seu interesse pelo aluno como pessoa, na relação que estabelece ou não - e como tudo isso é parte, condição, andaime do processo de construção do saber e do desenvolvimento mútuo.

Como aprendemos a ouvir-nos ? perguntou uma professora. "Ouvindo os outros"... "Fazendo o silêncio"... "Dando-nos espaço..." "Através da arte..."

Mais uma vez a educação pela arte... Faz falta não é ?

Maria Emília Brederode Santos

 
Espaço de debate regressa ao Ministério da Educação
Dia 25 de Outubro a DGIDC (sigla impossível que corresponde a Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular) inaugurou, no seu auditório (Av. 24 de Julho, 140),
uns "Diálogos em torno da Educação" que, como sublinhou a directora Cristina Paulo, marcam o regresso de um espaço para debates no Ministério.

Desta vez o tema foi "Práticas de cidadania nas escolas" e o pretexto o lançamento do livro "Conhecimentos, concepções e práticas de cidadania dos jovens portugueses : um estudo internacional" que é o último do estudo coordenado por Isabel Menezes para o IIE e com técnicas do ex-IIE desde 1994, segundo creio. Ou seja : é um dos raros exemplos de um estudo continuado e aprofundado ao longo de mais de uma década.

Isabel Menezes expôs, com a vivacidade e clareza habituais, as principais conclusões e recomendações do estudo e a nossa "inquieta" Maria do Céu Roldão comentou-as com a sua perspicácia e "verve".

Seguiu-se um debate sobre práticas de cidadania nas escolas em que participaram Maria do Sameiro, da Escola Secundária José Gomes Ferreira,muito numa perspectiva de Formação Pessoal e Social; Teresa Ximenes, da Escola Secundária Dr. Azevedo Neves, mais pela Filosofia e pela Ética; e José António Oliveira, da Escola Básica 2,3 Damião de Góis revelando a necessidade que muitos professores sentem de seguirem um programa e manuais na sua abordagem da Formação Cívica. Enquanto moderadora, tentei sobretudo encontrar ou introduzir relações entre a teoria do estudo e a prática destes professores e que essa relações fossem nos dois sentidos. Isto é : creio que aprendemos todos muitíssimo tanto com a teoria de um estudo tão longo e completo como este como com a prática destes professores, também ela bem reflectida e complexa !

Maria Emília Brederode Santos

26.10.05
 
COLÓQUIO
COLÓQUIO CIDADANIA E LIDERANÇA ESCOLAR:
CONTEXTOS, DISCURSOS, EXPERIÊNCIAS E IMAGENS
28 de Outubro 2005 (6.ª feira) 9H30
Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa Anfiteatro 6.2.53 - Edifício C6
Organização: Centro de Investigação em Educação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa


Mais Informações: Centro de Investigação em Educação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa Edifício C6 - Piso 1 Campo Grande 1749-016 Lisboa
Secretariado do Colóquio: Ana Sofia Coelho Tel. 21 750 01 17 Fax. 21 750 03 46 E-mail: ascoelho@fc.ul.pt http://www.educ.fc.ul.pt/cie/
Divulgado por: Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa Campo Grande 1749-016, Lisboa, Portugal Divisão de Informação / NCI Núcleo de Comunicação e Imagem Tel: +351 21 750 00 00 / Ext: 25326/25343/25344/25357 Fax: +351 21 750 01 47 nci@sa.fc.ul.pt http://www.fc.ul.pt/

 
A INOVAÇÃO QUE (NAO) EXISTE NAS ESCOLAS
Começámos a ouvir falar dele/s aí por 1994, por causa de uma "comunicação em rede" ligando centenas de meninos de jardins de infâcia do Alentejo - usando um sistema como o dos rádio-taxis.

Antes já tinham criado uma rede de centros de formação em torno dum centro de recursos de educação pré-escolar de Portalegre.Como nessa altura ter equipamento audio-visual nos J.I. era uma miragem, juntaram-se para conseguirem tê-lo no centro de recursos. E começaram um projecto de formação cooperada, ainda sem acreditação.

Depois foi o projecto Aproximar, como forma de quebrar o isolamento, e o alargamento profissional da rede aos professores do 1º ciclo, e a experiência-piloto da internet nas escolas. E tudo numa "aprendizagem vulcânica" em que todos - alunos e professores - aprendiam tudo ao mesmo tempo. Hoje têm uma rede mundial de difusão, emitem "uma história por dia", do escritor António Torrado, para todo o mundo lusófono e tornaram Portalegre "distrito digital".

Resolveram celebrar 10 anos de projectos com umas Jornadas Pedagógicas (v. programa no link). E, tão simpáticos, agradeceram às pessoas e às instituições que os apoiaram atribuindo-lhes o título de sócios honorários da Apena (Associação de Profissionais de Educação do Norte Alentejo). O IIE, através da Teresa Fonseca(do projecto Educação e Media) e de mim, foi recordado no seu papel de apoio à inovação nas escolas, a tal que o ministro da educação de Durão Barroso disse, um dia, que "não existia" - o que o professor Francisco Pacheco e a APENA se encarregam de contrariar.
Maria Emília Brederode Santos

24.10.05
 
ranking escolar
Na pessoa do seu Director, o Público volta a orgulhar-se da publicação de um ranking das escolas secundárias portuguesas. Pergunto-me quais as razões para tal orgulho.

Fazer passar na opinião pública a ideia de que as boas escolas, os bons alunos, os bons professores se encontram no sector privado, nicho obviamente (pré)-seleccionado ? Fazer tábua rasa da diversidade da população escolar portuguesa, comparar o incomparável mundo dos meninos-de-liceu filhos e netos de famílias escolarizadas, com o mundo dos jovens que procuram na escola um caminho curto para a profissão? Desencorajar o esforço subterrâneo de professores que não se resignam perante posições de partida adversas e não só aceitam estes alunos na sua escola como ainda, pasme-se, não temem levá-los a exame – mesmo que essa ousadia tenha custos no mercado das imagens?

Ou fazer crer, de um ponto de vista técnico, que médias de exame falam por si ? Independentemente de coisas tão simples como...o contingente de alunos levados a prova?....o controle da relação, em cada escola, entre o nº alunos que entram no 10º ano e aqueles que apresenta a exame no 12º? E que dizer do fabrico de uma média geral por escola, juntando no mesmo cesto exames de Português A, Física, Matemática ou Biologia?! A leviandade de procedimentos é tão chocante que, não sendo fruto de desonestidade intelectual ou de manipulação propositada de dados, só pode representar ignorância e incompetência. Justamente atributos que não deveriam faltar a quem se arroga o direito de avaliar.

O que se pretende afinal com a publicação destes rankings? Reflectir sobre o sistema de ensino, dar contributos para a sua melhoria, mobilizar os portugueses para a educação e fazer chegar, a quem trabalha no terreno, apoio nas dificuldades, esperança e confiança? Não creio. O que está aqui em jogo, por detrás da reivindicação de um direito à transparência e à informação é, primeiro, a imposição prepotente de um juízo sumário sobre uma realidade educativa cuja riqueza, complexidade e profundidade se resiste teimosamente a conhecer (e a avaliar). E depois, num cenário de queda acentuada de índices de fecundidade e de redução do fluxo de alunos, nada melhor que os resultados “objectivos” de um ranking para levar pais e famílias a inscreverem os seus filhos nesses redutos do topo que são os colégios privados. Just in case...

Ana Nunes de Almeida

19.10.05
 
A NOITE SANGRENTA
Hoje é dia 19 de Outubro de 2005.

No dia 19 de Outubro de 1921, 11 anos depois da implantação da República em Portugal, uma "camioneta fantasma" percorreu as ruas de Lisboa assassinando alguns dos fundadores da Repúblic : António Granjo,primeiro-ministro deposto, Carlos da Maia, oficial da Marinha que alvejara o palácio real no 5 de Outubro, Machado dos Santos e vários outros. morreram pelas balas de um grupo de marinheiros. Cunha Leal foi ferido procurando defender o seu adversário político António Granjo.

Quem foram os mandantes destes crimes, os seus autores morais ? Fez-se constar que teria sido uma ala mais radical de republicanos. Mas segundo Helder Costa, Berta Maia , viúva de Carlos da Maia, conseguiu descobrir que se tratou de um plano de inspiração monárquica integralista consistindo em "infiltrar um movimento revolucionário e depois empalmá-lo". O Estado Novo viria depois a encobrir estas revelações.

Hoje, dia 19 de Outubro de 2005, estreia no Cinearte, pela Barraca, a peça O Mistério da Camioneta Fantasma da autoria de Helder Costa. Vale a pena ver pela História, pelo Teatro e também pela Política.

Maria Emília Brederode Santos

 
FALTAM PROFESSORES !
Segundo o boletim da UNESCO "Education Today" faltam entre 15 e 30 milhões (sim, MILHOES) de professores para se atingir o objectivo de Educação para Todos até 2020 (ou 30, já não sei).
 
O PORTO E A EDUCAÇÃO NÃO SUPERIOR
1. É necessário melhorar o estado geral da educação pública na cidade e perceber que a Câmara tem enormes responsabilidades nesse objectivo.
No quadro das suas competências legais, através dos contratos de autonomia com agrupamentos e escolas e da participação nas respectivas assembleias, é hoje possível à Câmara intervir directamente e de modo positivo na qualidade do desempenho escolar. Por outro lado, a autarquia pode dinamizar os processos de ligação das escolas públicas às universidades, aos politécnicos, aos centros de investigação, às empresas, aos museus, às bibliotecas, às associações desportivas, culturais ou ambientais.
Qualquer uma destas intervenções deve ser integrada num Projecto Educativo Municipal que estabeleça prioridades, recursos, meios financeiros, calendários e modos de avaliação. Tal documento deve resultar de um “contrato” entre a autarquia e as escolas, que responsabilize ambas as partes pela sua elaboração e concretização. Mas a Câmara pode fazer mais: todas as entidades que tutele, ou em que partilhe a tutela (museus, bibliotecas, parques), devem ter serviços educativos eficazes. Pode criar, com as entidades e instituições interessadas, um “Passe Cultural” e um “Passe Desportivo” para todos os alunos do ensino público. Inovadoramente, a Câmara pode implementar uma provedoria para a defesa dos direitos educativos dos munícipes e organizar “on-line” um serviço de informação e consultadoria. Pode, também de forma inovadora, propor um orçamento participativo para a educação e estabelecer directrizes que desenvolvam, na acção externa dos seus próprios serviços, o respeito pelos valores educativos da cidadania, da civilidade, da tolerância e da responsabilidade.
Em permanente e estreita colaboração com as escolas, o Porto tem que ser, de facto e não apenas no discurso, uma cidade educadora.

2.É urgente proceder à requalificação do parque escolar e ao reordenamento da rede dos ensinos pré-escolar e básico do município. O deficiente estado geral das instalações do 1º ciclo e jardins de infância, nomeadamente quanto a condições básicas de funcionamento (instalações sanitárias das crianças, cantinas e refeitórios, aquecimento e conforto luminoso, dispositivos de segurança, salas polivalentes para o prolongamento de horário, espaços cobertos para a prática da educação física e desporto, bibliotecas e salas para o ensino experimental, acessibilidades para as crianças portadoras de deficiências) impõe um Plano de Intervenção imediato, que tenha em conta a nova distribuição da população na cidade. Não vale a pena insistir na construção ou requalificação de estabelecimentos de educação que quase não têm alunos. Quer do ponto de vista educativo, quer do ponto de vista financeiro, será mais útil investir em Centros Educativos que integrem o pré-escolar e o 1ºciclo e, até nalguns casos, o 2º e 3º ciclos. Quer nos “velhos bairros camarários”, quer nas novíssimas urbanizações e condomínios, deverá ser exigida aos promotores a edificação destes centros, localizados de acordo com a Carta Educativa Municipal. A execução deste planeamento educativo, cuja discussão pública é urgente, poderia ser financiada através de uma percentagem sobre o IMI.

3. Também na rede do ensino secundário, a autarquia pode e deve intervir, nomeadamente contribuindo para a resolução de algumas situações irracionais, como seja a existência de escolas secundárias sem espaços necessários para o seu crescimento e bom funcionamento (Soares dos Reis e Conservatório de Música) ou com demasiado espaço para o pequeno número de alunos que hoje têm (Carolina Michaelis, Rodrigues de Freitas, Oliveira Martins). Todas as actuais escolas são necessárias, mas de imediato é necessário reconhecer que o alargamento da frequência do ensino secundário, na cidade, passa pela diversificação e especialização da sua oferta. O Porto, para atrair novos alunos para o secundário, precisa de ter escolas de referência, que sejam reconhecidas pelo valor que acrescentem à educação e formação e pelas ligações que, simultaneamente, estabeleçam com o mercado de trabalho e com o ensino superior. Para o conseguir, precisa de reorganizar a sua rede segundo critérios novos que, desenvolvendo as “fileiras formativas” já existentes (Ciências, Humanidades, Economia e Engenharias), impulsionem novas “fileiras de formação especializada” em áreas de elevada atractibilidade juvenil.
Nesta lógica, a autarquia devia lutar por uma Escola Secundária de Artes Integradas, que juntasse as artes de palco (música, dança, teatro, ópera, artes performativas, etc.), e que tirasse partido dos vários equipamentos culturais que a cidade possui, sobretudo da Casa da Música. Devia propor a criação de raíz de uma Escola Secundária de Arte e Design, que juntasse a pintura, a escultura, as artes gráficas, a arquitectura, o design (de vestuário, de calçado, de mobiliário, de interior e exterior, etc.) e que tirasse partido da especialização empresarial da cidade e da região e que se localizasse nas novas vias abertas na zona oriental. Devia apoiar a instalação de uma Escola Secundária de Educação Física e Desporto, que juntasse a formação inicial de jovens atletas à formação contínua (estágios) de professores, de treinadores, de juízes e cronometristas das diversas modalidades desportivas e que tirasse partido dos equipamentos existentes (pista de atletismo, piscina, salas de aparelhos, ginásios, pavilhão, etc.), quer nas escolas, quer nas entidades desportivas da cidade. Devia mostrar as vantagens de uma Escola Secundária de Línguas e Turismo, que juntasse a preparação para o prosseguimento de estudos à formação inicial para um vasto leque de profissões do mundo do turismo (desde os tradutores-intérpretes de congressos, até aos guias de turismo cultural, religioso ou “da natureza”) e que tirasse partido das excelentes instalações e recursos docentes que estão disponíveis. Devia incentivar a instalação de uma Escola Secundária de Administração e Serviços Comerciais que desenvolvesse os novos perfis profissionais associados à administração e comércio electrónicos, que investisse forte no reconhecimento e validação de competências adquiridas pelos profissionais desses sectores e que tirasse vantagem das linhas de financiamento destinadas à sua modernização.
Qualquer um destes discutíveis exemplos, pretende valorizar a ideia da diversificação e da especialização da oferta como modo de criar novas oportunidades de formação e elevar a frequência do secundário na cidade. Com a mesma finalidade, a autarquia deveria participar nas decisões sobre a rede dos cursos gerais e tecnológicos públicos e privados, das escolas profissionais e dos centros de formação profissional.

4. Nenhuma autarquia gosta de ver as suas escolas EB 2,3 ou secundárias apontadas como más ou medíocres, mesmo nos “rankings” mais discutíveis e falaciosos. Nenhuma autarquia pode ficar passivamente à espera que as suas taxas de retenção, de abandono escolar, de saída antecipada e de saída precoce melhorem “por decreto”.
O poder autárquico, no Porto, tem que se habituar a intervir com as escolas e nas escolas. Como? Intervindo melhor nos domínios da equidade dos apoios socioeducativos, da eficácia das actividades de complemento curricular, da complementaridade da contratação de pessoal não docente e docente, da qualidade nos equipamentos escolares, etc., e também apoiando criteriosamente os projectos educativos das escolas, mas sobretudo co-responsabilizando-se pelo desempenho educativo das suas escolas de ensino básico, desde o 1º ano até ao 9º. Através dos contratos de autonomia com os agrupamentos, a Câmara pode impulsionar a generalização de cursos de educação/formação e de educação básica recorrente em todas as EB2,3, para os jovens com idade superior aos 15 anos. Através da participação dos seus representantes nas assembleias dos agrupamentos, pode apresentar propostas de apoio específico a currículos alternativos que visem diminuir níveis de retenção, de insucesso repetido ou de abandono. Através do Conselho Municipal de Educação, cuja constituição e funcionamento terão que ser revistos; pode estabelecer metas, incentivos (bolsas, prémios, estágios) e critérios de avaliação para o desempenho de escolas e agrupamentos. Através dos seus serviços sociais, mas articulando-se com outros serviços públicos ou privados, a Câmara pode intervir na resolução dos piores casos-problema familiares dos alunos e das escolas que os têm.

5.Em suma, a Câmara pode e deve liderar a política educativa da cidade. Estabelecendo, intencional e sistematicamente, relações de colaboração com todos os agrupamentos e escolas não agrupadas. Congregando e articulando as intervenções sectoriais da administração pública central, regional e local. Mobilizando apoios e compromissos junto das entidades privadas e das instituições de solidariedade social. Fomentando iniciativas, sustentadas e sustentáveis, que envolvam novos e velhos parceiros educativos. Procurando novas fontes de financiamento, complementares às hoje existentes, para a educação. Exigindo participar na avaliação do desempenho das escolas. Reorganizando, avaliando e dignificando os seus próprios serviços educativos. Propondo um Projecto Educativo Municipal para quatro anos, democraticamente participado por todos os estabelecimentos de educação.
OUTUBRO 2005
JORGE MARTINS

16.10.05
 
OS PERIGOS E A ESCOLA
Hoje os jornais trazem imagens tremendas do sismo na Índia e no Paquistão. Há poucos dias acompanhámos os pequenos tremores de terra na ilha de S. Miguel. E mais uma vez penso na ausência, quase total, de preparação de professores e alunos para enfrentar estas calamidades. Claro que há situações que, pela sua gravidade, não há nada que lhes valha... Mas, em muitas outras, os procedimentos ajustados podem salvar muitas vidas. Por isso é imperioso haver regularmente em todas as escolas simulacros de incêndio ou sismo. Será que não há em Portugal uma Lei que obrigue a isso mesmo?
Há uns tempos vi numa escola, exactamente em S. Miguel, escrito e colado em cada mesa dos alunos, qualquer coisa como: em caso de sismo sai da sala sem correr, dirige-te ao campo de jogos e fica junto dos teus colegas e do teu professor. Sinal de prevenção e de capacidade de lidar naturalmente com a hipótese de risco.
Estou também a pensar noutras situações de perigo, completamente imprevisíveis, mas que podem efectivamente acontecer e, como tal, deveriam merecer análise e reflexão, ainda no tempo da formação inicial. Nos anos 90 aconteceu em França um caso, que considero exemplar, envolvendo uma educadora chamada Laurence Dreyfus. Em Neuilly, perto de Paris. Um homem que carregava um cinto explosivo manteve esta educadora e 21 crianças sequestradas durante 46 horas. Laurence teve um papel activo no fim feliz deste pesadelo. Manteve um ritmo normal de actividades e jogos, alimentando as crianças e fazendo com que dormissem. Convenceu as crianças de que o homem era “o caçador do lobo” da história do Capuchinho Vermelho, o que as serenou e baixou o stress do sequestrador. Com este, manteve uma relação firme e dialogante. Esta educadora, numa única entrevista que deu ao Paris Match, limitou-se a afirmar que fez aquilo que qualquer educador faria naquela situação.


Maria da Conceição Moita

 
Educação Ambiental
Estou numa aula de mestrado de Educação Ambiental e, uma das tarefas pedidas para hoje foi... pesquisasr blogs sobre educação ambiental. Encontrei o seu e deixe que lhe diga.... tudo aquilo que diz é quase exactamente aquilo que eu penso. Sou Educadora de Infância e há pouco tempo deixe-me apaixonar pela educação ambiental com os meninos, mas fora da escola.

Cidália

14.10.05
 
Diz o portal EDUCARE
"Planos de recuperação contra o insucesso escolar
O Ministério da Educação vai obrigar as escolas a elaborar planos de recuperação para alunos com taxa de insucesso significativa.(11-10-2005)"


ver mais em http://www.educare.pt/

13.10.05
 
Manuais escolares
Exmos Senhores
Sou encarrgado de educação de uma aluna do 5º Ano de escolaridade. Acompanho diariamente a elaboração dos trabalhos de casa.
Os manuais podem ser apelativos, coloridos, simpáticos até, mas em meu modesto entender devem ser pedagogicamente eficazes e apesar de se falar neste tema com muita frequência continuamos a tropeçar, em manuais com deficiênicas que poderiam com mais algum cuidado por parte dos autores, ser evitados.
O que podemos fazer para evitar que no próximo ano sejamos de novo confrontados com cadernos de exercícios que vêm adstritos a mauais com falta de espaço para escrever respostas completas, ou mesmo para escrevê-las, num caderno que noutros locais há espaço para esse efeito?

Com os melhores cumprimentos


António Falcão